terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vinho


Saímos pra jogar conversa fora e resolvemos que queríamos compartilhar esse encontro com uma boa garrafa de vinho. Fazia muito tempo que não nos encontrávamos, mas sempre era assim, como se tivéssemos nos visto ontem. Todo assunto colocado em dia, muitos risos, piadas, mãos se encontrando, troca de olhares, taças de vinho sendo abastecidas e reabastecidas a cada pausa. Veio a segunda garrafa e junto com ela mais risos, mais olhares, sentia nossos corpos cada vez mais próximos e nossa conversa mais picante. Lá pelas tantas, depois de esvaziar mais da metade da segunda garrafa resolvemos ir embora. Eu estava hospedada na casa dele, então esperamos pelo táxi ainda rindo muito e falando pelos cotovelos. Entramos no carro e curiosamente fizemos o trajeto em silêncio, ele segurando minha mão e eu com a cabeça encostada em seu ombro. Chegamos. O estranho silêncio continuou ao entrarmos no apartamento, mas ambos sabíamos que aquela noite terminaria diferente do que planejamos...
Fiquei parada em frente ao sofá, ele se aproximou e passou os braços em volta da minha cintura, eu apenas sorri e tentei dizer algo, que agora nem me lembro o que era, ele me impediu com um beijo leve no canto da boca e disse: deixa o silêncio... Nos olhamos e trocamos um beijo molhado, sedento, (in)esperado.
Era como se fossemos um só. Já sabíamos o que fazer, pra onde ir, como tocar, como sentir, onde beijar... Um desconhecido tão conhecido...
Eu deixei o vestido escorregar pelo meu corpo com delicadeza, tirei o sutiã e me deixei ficar ali, sendo observada, admirada, desejada. Ele se aproximou novamente e beijou-me o pescoço, os seios, a cintura, o quadril e quando dei por mim estava com ele entre minhas pernas, sentindo seu hálito atravessar o tecido fino da calcinha, a barba cerrada roçando em minhas coxas...
Deixamos nossos instintos nos guiarem, sem trocarmos uma palavra.
Nossos corpos se despiram, se colaram, se encaixaram.
Nossas pernas se entrelaçaram, se confundiram, se perderam.
Nos entregamos e depois sorrimos.
Na verdade gargalhamos e concluímos que adoramos conversa fiada acompanhadas de garrafas de vinho.

2 comentários:

  1. Adoro sexo. Mas nada é mais excitante que o jogo da sedução, o silêncio oportuno, o trocar de olhares e palavras mudas perdidas na boca. Isso é bom demais...
    Não é necessário descrever o que veio a seguir. O mistério é ainda mais atraente que o explícito.
    Beijos!!!

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